Ele vestia calça branca, chinelas de couro e uma camisa xadrez verde. Os ombros logicamente apertados pra dentro das costas, a leve inclinação do corpo pra frente protegendo o ventre e o plexo... ele não muda, nem em dia de show, nem em dia de calor... fumava um cigarro escondido, sorria com um vibrato natural e bebia (ele sempre bebe, ele não muda)observando os chegados em mesas esplhadas pelo salão. Ele subiu ao palco, prendeu a língua nos lábios, a língua entrou, a boca apertou-se e covas fundas se formaram pelo lado do menino. Ele sorriu, e começou a cantar...
Eu ví muitas coisas alí, predestinação, sonho, vontade, desejo, afinco, erro, gente, ví surgir por detrás do menino a figura do velho que sempre cantava assim... sentadinho, segurando o microfone, sorrindo de perfil e se balançando embalado pela proteção de mãe e pai, diferentes do dele, logico, o dele era xango sentado, de tão forte, tão sentado... o desse menino é mãe fluida e pai guerreiro, mas que também sabem embalar o menino, te embalar no canto da sereia...
vou lembrar que eu vou, espero que não fique só...
eu ví e era lindo.
A lua cheia nos pega em cheio
Há uma semana
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