sexta-feira, 26 de setembro de 2008


Eu não gosto do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto

Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos

Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto

Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas

O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto

Eu aguento até os estetas
Eu não julgo competência
Eu não ligo pra etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades

O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Não, não gosto dos bons modos
Não gosto

Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem

Eu gosto dos que têm fome
E morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem


** Senhas, Adriana Calcanhoto


Fotografia: Dani Ribeiro

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

talvez, desejo.

Nem quero que voce veja o mundo através dos meus olhos... tenho posto muito cinza, carregado nos contrastes e a luz é estourada, muito branca, como aquela história da espuma branca... essa é subjetivamente suja... não precisa estar na cara... atormenta de manhã como quando ponho a broca fininha do furador de parede dentro do ouvido... ou agora que machuquei o joelho e a casca parece uma folha seca e eu levanto ela pra sentir aquela dorzinha aguda e amarga... ta tudo areado, no programa de manipulação de imagem chama-se ruído... vários grãos...e voce aprisiona uma imagem ali e joga areia nela...maldade isso...mais como é você quem manda...Woody Allen...voce faz o que quiser...to parede.. com poeira nas vistas...turvo que nem água passada de aquário rezando praquele peixe nojento grudar no meu olho e chupar todo o limo viscoso... pára um pouco e visualize a cena... isso...cinco minutos só... gostou? É, eu também não...quero sexo...um pau gostoso...mentira, quero carinho um cara que não se importe (fragmento demasiadamente martiriento e chato pra ficar aqui - extraído) ...que me chupe bem e que me faça carinho depois...isso que quero...





terça-feira, 23 de setembro de 2008

O meu ensaio.

"Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem"


domingo, 21 de setembro de 2008


Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel
Cuando Dios
Inaniel
Va caminando
Cuando Dios va, va
Cuando Dios va cantando
Cuando Dios va, va
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel
Cuando Dios
Inaniel
Va saltando
Cuando Dios va, va
Cuando Dios va calmando
Cuando Dios va, va
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel
Cuando Dios se rie de mi alma
Cuando Dios se, se
Cuando Dios se rie de mi alma
Cuando el sol calienta el agua
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel Leilani
Inaniel, Miel
Ese sol
Con su pierna guapa
Tu dolor
Es pura santa

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sobre "apenas sinta" (ou um sentir apenas)

Trago risos com lágrimas porque precisamos de certas purificações as vezes... trago sorrisos, coisas infantis, joelhos machucados, esquecimentos amáveis e sedutores, trago um cachecol lilás, e não limão-lilás, apenas lilás que ainda conserva o cheiro do pescoço e da felicidade da miração na janela após o almoço ... trago encontros num aterro do flamengo cheio de arte moderna e uma blusa oriental que caiu como uma luva. Não, caiu como uma blusa mesmo. E gosto de tudo. E trago tudo pra dentro de mim. E ela também.


segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Amigo é Casa

Amigo é feito casa que se faz aos poucos
e com paciência pra durar pra sempre
Mas é preciso ter muito tijolo e terra
preparar reboco, construir tramelas
Usar a sapiência de um João-de-barro
que constrói com arte a sua residência
há que o alicerce seja muito resistente
que às chuvas e aos ventos possa então a proteger
E há que fincar muito jequitibá
e vigas de jatobá
e adubar o jardim e plantar muita flor toiceiras de resedás
não falte um caramanchão pros tempos idos lembrar
que os cabelos brancos vão surgindo
Que nem mato na roceira
que mal dá pra capinar
e há que ver os pés de manacá
cheínhos de sabiás sabendo que os rouxinóis vão trazer arrebóis
choro de imaginar!
pra festa da cumieira não faltem os violões!
muito milho ardendo na fogueira
e quentão farto em gengibre
aquecendo os corações
A casa é amizade construída aos poucos
e que a gente quer com beira e tribeira
Com gelosia feita de matéria rara
e altas platibandas, com portão bem largo
que é pra se entrar sorrindo
nas horas incertas
sem fazer alarde, sem causar transtorno
Amigo que é amigo quando quer estar presente
faz-se quase transparente sem deixar-se perceber
Amigo é pra ficar, se chegar, se achegar,
se abraçar, se beijar, se louvar, bendizer
Amigo a gente acolhe, recolhe e agasalha
e oferece lugar pra dormir e comer
Amigo que é amigo não puxa tapete
oferece pra gente o melhor que tem e o que nem tem
quando não tem, finge que tem,
faz o que pode e o seu coração reparte que nem pão.
Composição: Capiba / Hermínio Bello De Carvalho




domingo, 14 de setembro de 2008

eu nunca consegui terminar isso... já faz um bom tempo

Hoje fui tocada por deus, não dormi pensando em hoje, em acordar e com hálito de noite, sempre mal dormida e fazer minha foto montagem...experimentar posições, cores, o resultado foi bom, meu novo objeto de estudo não gostou, enfim eu gostei, pensei em pedir o canceriano em casamento, que o bicho jovem vá a merda, que eu consiga me despir e fazer amor com vontade sem vergonhas das minhas vergonhas, que eu confie mais em mim, que eu saiba me defender de gritos e abraçar menos gente em lugares estranhos, que eu chore menos e sinta menos ciúme, que não faça cenas e que cuspa menos palavras flamejantes na cabeça deles(parar? tás maluco, parar nunca!), que eu saiba dizer não e que não tenha vergonha de dizer sim, que eu continue com meu mau-maravilhoso-humor-oxigenio (mais que deus me dê menos rasteiras porque o joelho dói muito ainda), que a gente continue se sentando de frente um pro outro e mesmo que um dia a gente fique cego só o cheiro já vai traduzir tudo, que eu seja correta com meu estudos, que eu olhe mais pra minha mãe e brigue menos com meu pai e dê o abraço que só dou no meu irmão quatro vezes por ano (ano novo, aniversário dele, meu aniversário e natal), que eu leve meus sentimentos a sério, que eu não profira palavras bonitas em vão... as vezes o vão é bonito eu sei, você sabe, todo mundo sabe... que eu não tenha medo da camisinha estourar e o pesadelo voltar, eu gosto de dançar e quero dançar nos shows, lançar olhares devoradores pra quem eu quero e foda-se se eles não querem ser devorados. Tenho fome. E quero mais que tudo conseguir dormir a noite.

Rezar uma Bessie Smith e duas Nações Zumbis.




sábado, 13 de setembro de 2008

eu gosto da minha ignorancia, ela me faz ter contato com as coisas mais sutis, mais bonitas, e certamente as coisas que mais me interessam na vida. eu gosto muito de não saber de tudo, de não ter lido todos os livros e nem tão pouco de ter visto todos os filmes e escutado todas as musicas mais revolucionarias do mundo. gosto de não entender certas palavras, gosto da dúvida e gosto muito de não despedaçar livros que renderam premios ou que podem me bater na cara se eu não me impregnei do doce sabor da compreensão do universo. eu gosto do puro, do infantil, da investigação, gosto de morrer com a certeza que não sei de todas as filosofias, mais gosto de saber das minhas tentativas. e é só isso que me interessa.




sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Onde queres revólver sou coqueiro,
onde queres dinheiro sou paixão
Onde queres descanso sou desejo,
e onde sou só desejo queres não
E onde não queres nada, nada falta,
e onde voas bem alta eu sou o chão
E onde pisas no chão minha alma salta,
e ganha liberdade na amplidão
Onde queres família sou maluco,
e onde queres romântico,burguês
Onde queres Leblon sou Pernambuco,
e onde queres eunuco,garanhão
E onde queres o sim e o não, talvez,
onde vês eu não vislumbro razão
Onde queres o lobo eu sou o irmão,
e onde queres cowboy eu sou chinês
Ah, bruta flor do querer, ah, bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato eu sou o espírito
e onde queres ternura eu sou tesão
Onde queres o livre decassílabo
e onde buscas o anjo eu sou mulher
Onde queres prazer sou o que dói
e onde queres tortura,mansidão
Onde queres o lar, revolução
e onde queres bandido eu sou o herói
Eu queria querer-te e amar o amor
construírmos dulcíssima prisão
E encontrar a mais justa adequação
tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
e vê só que cilada o amor me armou
E te quero e não queres como sou
não te quero e não queres como és
Onde queres comício, flipper vídeo
e onde queres romance, rock'nroll
Onde queres a lua eu sou o sol
onde a pura natura, o inceticídeo
E onde queres mistério eu sou a luz
Onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
e onde queres coqueiro eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
e eu querendo querer-te sem ter fim
E querendo te aprender o total do querer
que há e do que não há em mim
maria, a bethania.




quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Quem é essa mulher séria?
Mãe de cinco filhos.
Suada debaixo do teto dum vagão da central?
Nunca tomou capuccino, até porque nem sabe como se escrevem essas invenções estranhas.
Os cantos das unhas descascam e as florezinhas com "estrasse" se perdem nos trocos dos objetos de plástico comprados no campo de santanna...
Ela vai mesmo assim.
Chega em casa, seus filhos pulam, seu marido sorrí e o teto de casa brilha.
Ela sou eu e mais ninguém.
Mais ninguém mesmo.





Meus braços.


Me movem.

Me Movem.

Me Movem.




terça-feira, 9 de setembro de 2008

Amanhã tenho amores

No São Sebastião do Rio de Janeiro em 6/7 de Setembro de 2008

Hoje Muriqui se foi... meu pai chorou ao despedir-se das lembranças sozinho e rumou para uma jornada nova cheia de esperanças... cresci lá. Não sei como fugir daquele mar onde ele me soltou e eu aprendi como se segura na mão de minha mãe de água salgada. No meu quintal tinha um cano que passava pelo chão e uma vez eu tropecei e quase quebrei o nariz, vestia uma camisa azulzinha que ficou toda preta, preta porque a terra do meu quintal é muito boa para se plantar e afins, e tinha um limoeiro onde eu rasguei o braço num prego enferrujado grudado num pedaço de madeira que segurava o limoeiro, ele dava limões grandes e o suco era ótimo, jamais tive coragem de culpar o limoeiro pela cicatriz que ele me fez, o suco era bom e assim aprendi a gostar de cicatrizes. Meu primeiro cachorro era preto, e seu nome era rusqui, ( certamente está errado, pois nunca soube como se escrevia o nome dele, só minha mãe que sabe por que foi ela que escolheu, ela gosta de nomes assim, diferentes e secretos), eu o deixei cair uma vez quando ele era pequeno e machuquei sua patinha, sempre que chegava perto dele e tocava nessa pata ele rosnava para mim, mais ele nunca me mordeu, acho que nunca me perdoou pelo que fiz com sua pata, mas sabia que sua missão era de guardar-me e guardar os meus em casa, por isso nunca se vingou, assim aprendi a ter cuidado com as coisas e pessoas. E tentar não machucar suas patas. Sei que ao longo de minha vida e até hoje já quebrei minha promessa várias vezes. Eu pulava o muro pra tomar banho de piscina na casa da vizinha que era vesga porém muito amável e tinha um filho chatinho e mimado e um marido que ainda continua em muriqui, só que sem ela e sem o filho e comendo a mulher que alugou a casa de cima. Mais não quero falar de vizinhos senão terei de me lembrar que certa vez o bode Napoleão me deu uma corrida no campo de futebol e destruiu o meu balanço na trave do gol, o balanço era feito com uma corda e com o batatão, que era como eu chamava a almofada gigante do meu avô. A cachoeira passava atrás da minha casa e da janela do meu quarto eu sabia exatamente quando a água do poção estava chegando... minha mãe punha um maiô azul e laranja e tomava sol como um lagarto feliz em cima das pedras, isso era lindo e eu areava as panelas de minha avó com a areia do fundo da cachoeira e pegava pitu com a peneira de meu vô. Tive uma tartaruga, alguns porcos da índia, um cachorro branco que morreu de parvovirose, e eu nunca vi tanto sangue saindo de alguém ou alguma coisa na minha vida inteira, um vizinho que foi abandonado pela esposa e ficou com as duas filhas e uma panela só para cozinhar, ele herdou meus porcos da índia que se comeram depois porque também estavam passando fome. Fiquei com muita raiva de minha mãe ou meu pai, não lembro, que deram ao vizinho meus bichos... mas depois vi que eles estavam em condições iguais, os porcos e meus vizinhos, a única diferença era de que os vizinhos não puderam mastigar-se uns aos outros. E assim aprendi que a condição humana muitas vezes é cruel, que eu recebia um beijo de meu pai sempre que ele chegava do trabalho e que ele beliscou minhas bochechas quando soube que eu tinha ficado menstruada pela primeira vez. Morri de vergonha, mas tinha várias panelas em casa, o que me faz ter mais vergonha ainda. Meu quarto começou branco e com a idade foi ganhando cor, letras, desenhos e pôsteres: primeiro dos Backstreet Boys e depois das bandas que comecei a roubar do meu irmão quando comecei a virar moderninha demais praquela cidade. Tem a escada de ardósia que sempre me dava medo e eu acho que esse meu medo de escadas vem dela, minha mãe caiu de lá uma vez e eu fiquei com medo de que ela (...) assim como meu pai nos seus tantos problemas de coração já quase (...) muitas vezes. Assim aprendi quem eles realmente eram, e o medo da morte me fez pelo menos dizer “eu te amo”. Sei que mais me esqueço do que me lembro dessa parte, que só abraço meu irmão em datas comemorativas, que às vezes abraço meu pai sem mesmo olhar pra ele porque acho que as outras coisas que estou porventura fazendo na hora são mais importantes. Tenho que aprender o desaprendido. Uma vez quando ele estava enfartando e sujou umas três toalhas de sangue que jorrava sem parar eu pedia pra ele que ele não morresse. É um absurdo esquecer-me disso. Tenho que aprender o desaprendido. Eu chorei muito no meu quarto quando Dudu terminou comigo, lá no meu quarto escutávamos Pearl Jam e minha mãe levava Nescau pra ele na cama quando ele acordava. Uma vez eu estava penteando o cabelo dele, um cabelo louro, grande, cacheado e muito cheiroso, quando coloquei a cabeça dele entre meus seios protegidos por um sutiã de meia-taça cor de carne que eu havia roubado de minha mãe. Eu gostei da idéia e ele gostou da idéia. Safada demais pra época, me achando a dona da situação. Virgem e inexperiente. Provocadora e burra. Uma vez ele colocou a mão no meu ombro sutilmente e me olhou com olhos de quem queria tudo-ali-naquele-mundo-nosso. Eu corri, lógico. Safada demais pra época, me achando a dona da situação. Virgem e inexperiente. Provocadora e burra. Assim eu aprendi a perceber que pequenos gestos me deixavam deslumbrada e carrego isso até hoje. E aprendi também a respeitar os desejos de um homem, mesmo que esses desejos sejam de ordem simplesmente fisiológica ou mais complexamente interna. Sei que hoje ainda sou safada e metida a saber, inexperiente mesmo com alguns “sexos” por aí na mala, provocadora e burra. Com alguns truques, confesso. Mais sentir o cheiro do cabelo recém lavado daquele menino que eu tinha entre meus seios até hoje me faz sorrir. Já briguei muito naquela casa, com meu pai, quando coloquei meu primeiro piercing ele disse que eu havia me mutilado e minha mãe foi cortar os legumes pro almoço chorando em frente à tabua de madeira. Enfrentei e justifiquei minha “mutilação”, mas tirei o piercing algum tempo depois. Recebi um “eu te amo, sábia decisão espiritual” do meu pai e ri... como sempre, debochada e transgressora como ele dizia. Perversa e com a consciência como pior inimiga. Não adianta ser má sendo mãe, canceriana e filha da dona do mar. Tudo se escorre num sorriso leve e num abraço que cura. Aprendi a não me ludibriar comigo mesma. E hoje ainda tento algumas vezes e fico feliz quando não consigo. Vai pro mar, Danielle. Fiz muito lá na casa que não sei se vou voltar algum dia. Tenho as cicatrizes, os choros, os risos, a prece de domingo que meu pai fazia no almoço, o sonho exato na hora que minha amiga estava morrendo, minha mãe estirada no sol em meio às pedras gigantes que rolavam em dia de enchente, meu irmão pintando a parede do quarto e deixando o cabelo crescer ao som de Iron Maiden, meus bichos, meus teatros com Pablo e Natacha e o mau humor da manhã quando me puxavam a coberta pra eu acordar cedo.


Sinto o cheiro de tudo. Foi ontem que fiz cinco anos de idade. E agora tenho 1287 palavras.

Amanhã tenho amores.

Dani Ribeiro.